segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reação do cérebro ao álcool

Depois de um tempo ausente, no post de hoje explicarei, de forma objetiva, como o cérebro reage ao álcool, essa droga tão utilizada atualmente!
Inicialmente, o álcool afeta a comunicação entre as células nervosas (os neurônios) e os tecidos, aumentando a atividade tanto das vias, quanto de neurotransmissores inibidores e impedindo a atividade dos estimulantes. Exemplificando, o álcool faz com que a atividade dos neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico) e dopamina sejam aumentados, que fazem com que os movimentos fiquem mais lentos e a fala enrolada e cria sensações de prazer, respectivamente. Enquanto isso, inibe a atividade do glutamato, o que leva a um retardo fisiológico.
Tudo isso significa que o organismo irá reagir mais lentamente a qualquer estímulo, seja ele intra ou extracorporal.
Então, o cérebro é afetado pelo álcool na seguinte ordem: córtex cerebral, sistema límbico (hipocampo, amídalas e nucleus accumbens), cerebelo, hipófise (ou glândula pituitária), hipotálamo e medula (haste do cérebro).
  • Córtex cerebral: É o responsável pelo pensamento, raciocínio, percepção, atenção, memória de longo prazo, linguagem e funções executivas e os processos de percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato). O álcool faz com que os centros inibidores sejam enfraquecidos, o que deixa a pessoa mais desinibida, comunicativa e autoconfiante; os sentidos ficam mais lentos, tendo problemas com audição, olfato, visão, tato e paladar, e o limiar de dor fica maior. Por fim, o indivíduo não consegue utilizar o bom senso, muito menos pensar claramente.
  • Sistema límbico: Esse sistema é responsável pelas emoções (medo, raiva, dor, prazer, afeição, libido)e em processos de memória (o hipocampo, em particular, está associado à consolidação da memória recente). O álcool faz com que a pessoa exagera nos seus sentimentos, além de perder a memória recente
  • Cerebelo: Responsável pelo sistema motor e por manter o equilíbrio e a postura corporal. Sendo assim, o álcool afeta nos movimentos musculares, assim como no equilíbrio.
  • Hipófise: Responsável pela produção de hormônios, que é estimulada pelo hipotálamo. O álcool inibe a secreção de ADH (hormônio antidiurético) - que age nos rins para absorção de água. Com os baixos níveis de ADH no sangue, os rins não absorvem água e, então, não produzem urina.
  • Hipotálamo: Tem como função a regulação hormonal, temperatura corporal, tradução das emoções em resposta física (aumento dos batimentos cardíacos, por exemplo, como resposta à uma situação de medo) e de sensações de fome e sede. O álcool enfraquece os centros neurais que controlam a excitação e o desempenho sexual; e a medida que a concentração de álcool no sangue (alcoolemia) aumenta, a excitação aumenta e o desempenho sexual diminui.
  • Medula: Está relacionada com recepções sensoriais, reflexos e referência motora somática e autônoma. Ao chegar na medula, o álcool deixa a pessoa sonolenta e pode deixa-la sonolenta a medida que a alcoolemia aumenta. Caso o nível de álcool no sangue chegue a níveis críticos, pode-se afetar a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura corporal. A pessoa passa a respirar mais lentamente ou, até mesmo, para de respirar, deixando a pressão sanguínea e a temperatura corporal baixas, podendo ser fatal.
Resumindo, quando o álcool chega ao sistema nervoso central, deixa todas as atividades autônomas e somáticas alteradas. Portanto, a ingestão do álcool deve ser administrada moderadamente!

Ah, e uma curiosidade: Recentemente foi descoberto por cientistas japoneses e estadunidenses porque o álcool causa sensação de relaxamento! Eles concluíram que essa sensação é causada porque o álcool abre canais iônicos nas células cerebrais, que eliminam potássio, reduzindo sua atividade. Assim, o cérebro para de funcionar plenamente, o que causa a sensação de relaxamento.

Lembre-se sempre: BEBA COM MODERAÇÃO!




Referências bibliográficas:

sábado, 29 de outubro de 2011

A desnutrição e o álcool





O álcool provoca vários danos ao organismo e um deles é a desnutrição. Indivíduos que bebem em excesso frequentemente podem desenvolver quadros graves de má nutrição. Isso se deve a fatores como a má absorção de nutrientes causada pelo álcool ou pela própria despreocupação dos alcoólatras com a alimentação.



Pessoas alcoólatras costumam ingerir bebidas e simplesmente se esquecem da alimentação. Essa atitude é um erro terrível já que o álcool possui apenas calorias vazias, ou seja, ele fornece grande quantidade de energia porém não fornece nenhum nutriente. Como o organismo não funciona apenas a base de energia, ele precisa de outras substâncias presentes nos alimentos. Dessa forma, os alcoólatras acabam desenvolvendo doenças ligadas a desnutrição.



O álcool atrapalha o organismo a absorver nutrientes importantes, como por exemplo, as vitaminas do complexo B que são essenciais para manter a saúde dos órgãos. Além disso, o álcool lesa os órgãos do trato gastrointestinal, prejudicando a digestão dos alimentos.



As pessoas que abusam do álcool devem procurar se alimentar bem ingerindo alimentos ricos em proteínas, nutrientes essenciais (ácidos graxos insaturados, vitaminas A, B, C e zinco) e devem também aumentar a ingestão de água para evitar a desidratação provocada pelo álcool. Todas essas medidas auxiliam o organismo a se recuperar dos efeitos danosos do álcool.




Bibliografia:










terça-feira, 25 de outubro de 2011

VICTOZA - O fim da obesidade?

Olá pessoal,
Hoje falarei de um assunto que está super em alta na mídia e que, inclusive, foi capa da revista Veja do dia 7 de Setembro de 2011. Falarei sobre o famoso VICTOZA (Liraglutida), o remédio que faz milagres! Será???

Muitos são os comentários que se ouvem hoje na mídia a respeito de seus efeitos milagrosos, mas o que poucos não sabem é que não é indicado seu uso como emagrecedor, principalmente, devido aos seus potenciais perigos.
Apesar de o excesso de peso ser um fator de risco à saúde e que não é (nem um pouco) fácil perder os quilinhos extras, é necessário se considerar alguns fatores. Também é sabido que estar acima do peso pode acarretar, em muitos casos, outros problemas tanto no âmbito psicológico (como depressão), quanto no próprio âmbito fisiológico (como problemas de coração). Sim, o excesso de peso é um fator crítico que deve, sim, ser considerado, trabalhado e tratado.
Não estou querendo “cortar o barato” dos que estavam empolgados com os efeitos milagrosos de perder até 11 quilos em 2 (dois) meses – Como foi o caso relatado do Luiz Henrique Pires de Oliveira Alves. Mas, infelizmente, o Victoza não é tão milagroso assim, nem tão sem efeitos colaterais quanto se mostrou.
Bom, mas antes de adentrar propriamente no tema do remédio, queria fazer uma crítica em relação à reportagem. A revista Veja fez uma reportagem sensacionalista e até mesmo patética, a meu ver. Primeiro, porque antes mesmo de o remédio ser aprovado pela ANVISA como emagrecedor, a mesma já estava divulgando sem ter, de fato, propriedade para falar. E, quando digo isso me refiro, também, ao fato de que ela tem que considerar todo seu público alvo (pessoas instruídas e leigas). A Veja é uma revista conceituada e, pelo fato de uma reportagem como essa sair na capa, muitas pessoas a tomam como verdade. Não tenho dúvidas de que na semana seguinte à sua publicação, diversas pessoas que sofrem do mal do excesso de peso foram procurar seus médicos para pedir uma prescrição do tal “remédio milagroso que faz emagrecer”. (Nem entrarei no mérito de médicos que, por dinheiro, prescreverão o Victoza).
A segunda crítica é relacionada ao próprio exemplo que a revista deu: uma mulher de 1,75m que pesa 80kg. Ok, ao fazer os cálculos de IMC (Índice de Massa Corporal) chegamos ao valor de 26,1 (Acima do peso – Sobrepeso). Seu objetivo era de chegar aos 70kg (IMC 22,9 – Peso Ideal). De fato, ela estava com sobrepeso, mas o ponto que eu gostaria de chegar é que ela não estava nem no estágio de obesidade, que varia dos graus 1 a 3 (IMC acima de 30). A questão é, qualquer leigo que lê a reportagem pensa “Quero perder uns quilinhos, vou ao médico para tomar esse remédio que aí nem preciso fazer atividade física”, ou até quem sabe “Opa, já está chegando o verão/carnaval, preciso perder uns quilinhos rápido pra ficar bem de biquíni”. Porém, essas pessoas não estão considerando o grande risco que estão colocando sua vida para um objetivo estético ou outros.
Apenas para frisar, não estou querendo desconsiderar os 10kg que ela estava pesando a mais, muito menos dizendo que é fácil perder peso. Mas efeitos como náuseas (40%), diarréia (18,7%), vômitos (17%), assim como tumores na tireóide, câncer, pancreatite.

Vou colocar o link da bula do Victoza (http://www.mudandodiabetes.com.br/mudandodiabetes/download/Victoza-bula-paciente.pdf) para quem quiser maiores informações a respeito, mas vou colocar a baixo os Efeitos Colaterais:

"8. QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?
Como todos os medicamentos, Victoza® pode provocar efeitos colaterais, embora nem todas as pessoas os apresentem. Reação muito comum (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento):

• Náusea (enjôo). Este sintoma normalmente desaparece com o tempo.
• Diarreia. Este sintoma normalmente desaparece com o tempo.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

• Hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue). Os sinais de advertência para hipoglicemia podem aparecer repentinamente e podem incluir: suor frio, pele fria e pálida, dor de cabeça, batimento cardíaco rápido, enjôo, muita fome, alterações na visão, sonolência, fraqueza, nervosismo, ansiedade, confusão, dificuldade de concentração, tremor. Seu médico lhe avisará como tratar o nível baixo de açúcar no sangue e o que fazer se você observar estes sinais de advertência. Se você já estiver recebendo uma sulfonilureia ao começar a usar Victoza®,
seu médico pode pedir que você reduza a dose da sulfonilureia.
• Anorexia
• Redução do apetite
• Dor de cabeça
• Vômito
• Dispepsia
• Gastrite (inflamação no estômago). Os sinais incluem dor no estômago, náusea e vômito.
• Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Os sinais incluem azia.
• Distensão abdominal
• Dor na parte superior do abdome
• Constipação (prisão de ventre)
• Gases (flatulência)
• Eructação (arroto)
• Infecção das vias aéreas superiores.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
• Pancreatite
• Distúrbios da tireoide, como nódulos, aumento da calcitonina no sangue e bócio.
Se algum destes eventos se agravar, ou se você notar qualquer efeito colateral não citado nesta bula, procure seu
médico, enfermeiro ou farmacêutico.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista."

Apenas uma observação, tais efeitos como náuseas (40%), diarréia (18,7%), vômitos (17%) potencializam o emagrecimento (óbvio), porém de forma a desidratar e prejudicar a própria saúde do usuário. Fora que na própria capa da revista diz "sem grandes efeitos colaterais" (o que é um absurdo!)
Abaixo colocarei um exemplo de como estão fazendo alusões em relação ao uso do Victoza como emagrecedor:
A simulação a seguir é com base em um tratamento de 5 meses, em um paciente que usa manequim (tamanho da calça) 48:
Tomando apenas o remédio:
• novo tamanho da calça: 44• perda de peso: 7 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 3%• queda na taxa de pressão arterial: 5%
Remédio + dieta equilibrada:
• novo tamanho da calça: 40• perda de peso: 10 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 5%• queda na taxa de pressão arterial: 10%
Remédio + dieta equilibrada + ginástica*:
• novo tamanho da calça: 38 a 40• perda de peso: 12 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 6%• queda na taxa de pressão arterial: 12%
* uma hora por dia de exercícios aeróbicos, como a corrida
O Victoza é mais eficaz que os outros emagrecedores?
Segundo a reportagem de Veja, a liraglutida tem proporcionado mais perda de peso que os inibidores de apetite habituais. Em comparação com a sibutramina, o mais famoso deles, a redução de peso é cerca de 50% maior. Além disso, a liraglutida pode ser utilizada por uma gama mais ampla de pacientes.” (http://bardoboris.blogspot.com/2011/09/victoza-precos-onde-comprar.html)
Bom pessoal, me ative a fazer apenas uma crítica à reportagem da Veja e uns comentários superficiais a respeito do Victoza. No próximo post falarei um pouco mais sobre esse assunto, porém abordando o aspecto mais propriamente bioquímico, mostrando como ele age no organismo.

Referências Bibliográficas:
-http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx (Reportagem de Capa 07/09/2011)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Adolescência e álcool

A cada geração que se inicia, os jovens começam a beber cada vez mais cedo. Não há um motivo definido para esse fato, às vezes pode acontecer pelo fato de os amigos já beberem e, para ser bem aceito naquele grupo, o jovem sente que precisa beber também, ou por pressão das incertezas da idade, ou por problemas familiares e até mesmo para mostrar revolta ou para provar pros pais que já cresceram.

Essa redução na idade do inicio da ingestão de bebidas alcoólicas ocorre muito também pelo fato de os estabelecimentos não terem total controle sob a venda das bebidas alcoólicas, sendo que muitos nem ao menos pedem a carteirinha de identidade para seus freqüentadores. Os estabelecimentos que o fazem estão infringindo a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996, que fala expressamente que é proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.

Logomarca do PROERD
Há um programa do governo chamado PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas) onde policiais militares fazem um trabalho social de prevenção com alunos de escolas públicas e particulares que estejam cursando o quinto ou o sétimo período do Ensino Fundamental. Neste programa é distribuído um livro e são feitas atividades para prevenir estes jovens sobre as possíveis situações que envolvam drogas, por exemplo pra eles não aceitarem balinhas de estranhos dentre outras possibilidades, tudo isso para que estes jovens possam tomar as suas decisões de forma consciente e responsável. O mesmo programa pode ainda ser aplicado aos pais e familiares.

Para se ter uma idéia da magnitude do problema basta olhar os dados de uma pesquisa realizada em 2004 pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) na qual foi constatado que 48,3% dos adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos já haviam ingerido bebidas alcoólicas, sendo a maioria do sexo masculino. Além disso, essa pesquisa questionou também a quantidade destes adolescentes que teriam dependência química de álcool e o resultado foi que, dentre os 48,3%, cerca de 6,7% dos adolescentes entrevistados são dependentes alcoólicos.

Os sintomas de dependência química em adolescentes são bastante diferentes dos sintomas nos adultos. Alguns dos sintomas nos adultos são: tremor, fala enrolada e dificuldades para andar com firmeza. Já nos adolescentes, por terem um organismo mais resistente, os únicos sintomas são mudanças de comportamento.

Para finalizar este post e ao mesmo tempo confirmar o que já foi mencionado antes com relação à média de idade atual com a qual as pessoas começam a beber, foi feita uma enquete durante um mês em nosso blog questionando a idade na qual as pessoas começaram a beber. Um total de 50 pessoas com idade entre 20 e 30 anos responderam à nossa enquete e os resultados foram que 30% destas pessoas começaram a beber antes dos 15 anos, 56% destas pessoas começou a beber entre os 15 e os 18 anos e 14% começaram a beber apenas após os 18 anos de idade.


Bibliografia:
·                    http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl33.htm
·                     http://www.proerd.rn.gov.br/oquee.htm
·                     http://www.cebrid.epm.br/index.php
·                     http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9294.htm
·                     Google Imagens

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Como o álcool afeta nosso psicológico

Olá pessoal,
Meu último post foi sobre os efeitos do álcool no organismo de um modo geral, esse, no entanto, será bem específico. Falarei hoje sobre como o álcool afeta o nosso psicológico. Acredito ser um tema de grande importância, pois como todos sabem, o álcool é uma droga e causa dependência. Apesar de o efeito psicológico parecer ser menos “grave”, quando não controlado induz e agrava os demais efeitos no organismo que podem levar à morte. A dependência química é algo que tem que ser levada muito a sério e, em determinados casos, é necessário buscar tratamento.
Ao se ingerir bebida alcoólica pode-se ter um efeito tanto desinibidor, quanto depressor. Tais efeitos ocorrem devido ao bloqueio que ocorre no sistema nervoso central, tendo em vista que o aumento de álcool na corrente sanguínea implica em um aumento na transmissão de dopamina e, ao se deprimir o córtex cerebral, tem-se uma sensação de relaxamento. Apesar de serem efeitos antagônicos, ambos ocorrem devido à uma inibição na atividade cerebral.
Vocês já ouviram falar que bebida alcoólica diminui o cérebro? Pois é, isso infelizmente é verdade! A ingestão de uma grande quantidade de álcool à longo prazo induz à um atrofiamento do sistema nervoso central, causando, assim, dificuldade de memória.
Bom, em relação à dependência, o que acontece é o seguinte. Existem certas regiões que são responsáveis pela memória e pela aprendizagem, são elas, a amígdala e o hipocampo. Quando há conexões, as informações aprendidas em tais regiões podem ser integradas, dando uma resposta adaptativa comportamental aos estímulos externos. Isso é o que chamamos de dependência ou vício. O corpo, depois de receber o estímulo do álcool, desencadeia uma reação que chamamos de desejo, que nos leva à beber.


Referências Bibliográficas:
-

Diabetes e o Etilismo







O álcool interfere no nível de vários compostos do sangue, mas interfere principalmente no nível da glicose. A mudança no nível de açúcar do sangue causada pelo álcool é prejudicial para qualquer pessoa, e para quem tem diabetes, essa mudança pode ser perigosa.





A ingestão de álcool pode causar duas reações opostas no organismo de quem tem diabetes: a hiperglicemia (elevado nível de açúcar no sangue) ou a hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue).





A hiperglicemia acontece quando a pessoa faz uma refeição grande muito rica em carboidratos e em seguida ingere bebidas alcoólicas que também sejam ricas nesse macronutriente. A reação do organismo é obvia, o nível de açúcar aumenta. Essa reação pode ser perigosa para quem tem diabetes se a glicemia dessas pessoas não estiver devidamente controlada.





O álcool é visto pelo organismo como uma toxina, portanto ele deve ser metabolizado o mais rápido possível. O fígado, órgão que metaboliza as toxinas, deixa de exercer suas funções, como liberar glicose para normalizar o nível de açúcar no sangue para metabolizar o álcool (ação do álcool de inibir a gliconeogênese) e isso pode causar um caso de hipoglicemia. O álcool pode também potencializar a ação da insulina, piorando o caso de hipoglicemia.





Apesar das consequencias que a ingestão de álcool pode causar em quem tem diabetes, eles podem consumir bebidas alcoólicas, desde que seja moderadamente e é claro, eles precisam sempre conversar com seus médicos para que cada quadro seja analisado.






Dicas para que o álcool não interfira no nível de glicose do sangue:








1. Beber moderadamente, para que o organismo tenha tempo de metabolizar todo o álcool



2. Ingerir bebidas alcoólicas apenas quando a glicemia estiver controlada, assim os riscos da glicose atingir um nível muito alto ou muito baixo são menores



3. Não beber de estômago vazio, para diminuir a absorção do álcool



4. Evitar bebidas com alto índicie glicêmico, como por exemplo, a cerveja.









Bibliografia:






















segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Doenças Hepáticas Alcoólicas (DHAs)

A maioria das pessoas que consomem bebidas alcoólicas não tem doenças no fígado. Porém, abusar da ingestão do álcool faz mal a saúde e possui, como consequência, complicações hepáticas. Além disso, sabemos que mulheres são mais vulneráveis do que os homens em relação aos efeitos do álcool no organismo.
As mulheres podem desencadear doenças hepáticas consumindo diariamente durante anos quantidades equivalente a 200ml de álcool puro (200 ml de vinho, 350 ml de cerveja ou 50 ml de whisky). Nos homens, a quantidade é menor, cerca de 50ml de álcool puro (500 ml de vinho, 1L de cerveja, ou 150 ml de whisky). Lembrando que essas quantidades são estimadas e só lesionarão o fígado caso sejam ingeridas diariamente durante alguns anos. Vale ressaltar que a quantidade suficiente para causar danos ao organismo varia de pessoa para pessoa.
(Dados retirados de: Doença hepática produzida pelo álcool. Disponível em http://www.manualmerck.net/?id=143&cn=1153&gt)

Serão descritas abaixo algumas doenças relacionadas ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas:
Esteatose (fígado gorduroso): É a primeira lesão hepática, podendo evoluir para fibrose e, posteriormente, para uma cirrose. Ela ocorre depois da ingestão de grandes doses de álcool por 3 a 7 dias contínuos.
  • Ocorre porque a oxidação do etanol requer a redução de NAD+ em NADH. Porém a oxidação de gordura necessita de NAD+ e a diminuição da sua concentração irá inibir a oxidação de ácidos graxos, ocasionando o acúmulo de gordura nos hepatócitos.
Fibrose perivenular: Considerada lesão pré-cirrótica, uma vez que seu agravamento pode levar à cirrose.

  • É caracterizada pela "cicatrização" (formação de tecido fibroso) em torno da veia hepática e posterior destruição de hepatócitos.

Hepatite alcoólica (HA):
É a inflamação do fígado, que causa a morte dos hepatócitos. Mesmo depois de ser curada, a HA deixa cicatrizes (fibrose) permanentes no fígado.

Cirrose:
É a fase irreversível da Doença Hepática Alcoólica. O estágio de fibrose avançada impede que haja passagem de sangue pelo fígado, não permitindo que ele exerça suas funções vitais, como filtragem sanguínea e absorção dos nutrientes, causando uma falência hepática.

Em suma, as principais manifestações das doenças hepáticas alcoólicas são: aumento do fígado, icterícia, anorexia, perda do apetite, tumores, emagrecimento, febre e dor abdominal.
É importante lembrar que pessoas que consomem bebidas alcoólicas excessivamente, os denominados alcoólatras, acreditam beber socialmente, se excluindo dos indivíduos que correm risco de adquirirem tais doenças. Assim, é importante incentivá-los a buscar ajuda, uma vez que tal vício pode ser letal.

Espero que tenham gostado do post e agora, por conhecer um pouquinho melhor sobre as consequências negativas dessa bebida, possam consumi-la com moderação!

Referências Bibliográficas:
Doença hepática produzida pelo álcool. Disponível em <http://www.manualmerck.net/?id=143&cn=1153>. Acesso em: 8 Outubro 2011.
MINCIS, Moysés; MINCIS, Ricardo. Doença Hepática Alcoólica: Diagnóstico e Tratamento. Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006. Disponível em: <http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2048/pdfs/mat%2024.pdf>. Acesso em: 9 Outubro 2011.
Doença Hepática Associada ao Álcool. Disponível em <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/9273> Acesso em: 8 Outubro 2011.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Veisalgia

A única que nunca é convidada para as festas mas que sempre aparece.Temida e odiada por todos,vamos falar da veisalgia.Você acorda sem saber o que aconteceu,tenta levantar mas não consegue.A sua cabeça parece que vai explodir,você tenta se encostar na cama(se é que você está nela).Além das dores de cabeça você sente várias outras dores e sente um gosto de "cabo de guarda-chuva" na boca.Você começa a lembrar(ou não)das conversas desnecessárias da noite anterior e tem vontade de morrer.O que é isso??Essa é a maneira que o corpo encontra de nos lembrar sobre os perigos do excesso de álcool,é a famosa ressaca.



Esta sensação vem depois daquele "apagão" comentado no post anterior sobre os efeitos do álcool no organismo.A ressaca está sempre associada à intoxicação aguda de álcool.Inicia-se cerca de 6 a 8 horas após o consumo(período em que a concentração de álcool no sangue diminui)e pode durar até 24 horas.
Os principais sintomas da ressaca são: náuseas,dores de cabeça,boca seca,tontura,desconforto gastrintestinal,cansaço,falta de apetite,tremores,sudorese,sonolência,ansiedade,mau-humor,irritabilidade,vômitos..e daí pra pior.





A ressaca é uma espécie de abstinência.Cada vez que uma bebida alcoólica é ingerida, o etanol é metabolizado no fígado, lançado na corrente sanguínea e depois é levado até o cérebro. Resultado:sensação de euforia e desembaraço. Mas aos poucos essas sensações são substituídas por um efeito depressivo e acaba causando sonolência e diminuição dos reflexos,um perigo para quem vai pegar no volante.
O fígado transforma o álcool em acetaldeído(um composto que chega a ser 30X mais tóxico que o etanol) e este é transformado em acetato(um composto não tóxico)pela ação da enzima aldeído desidrogenase.O excesso de álcool acaba com a presença da glutationa(coenzima que age junto com a enzima na formação de acetato).Resultado:como o fígado não consegue transformar todo o álcool que chega fica no sangue uma quantidade de acetaldeído,acetato e etanol.













O álcool age também como vasodilatador,devido também a presença de histaminas e tiraminas em algumas bebidas,causando dores de cabeça.Outro processo é a hipoglicemia,como explicado anteriormente no tópico sobre a glicose,em que o álcool atrapalha a via da neoglicogênese. Como a glicose é primordial como fonte energética para o cérebro, sua falta causa alguns dos sintomas da ressaca como: fadiga, fraqueza, distúrbios de humor e perda de concentração e atenção.O álcool causa ainda a produção exagerada de suco gástrico que irrita a parede do estômago gerando movimentos involuntários levando ao enjôo e vômito.
Além disso ele tem função diurética, já que inativa o ADH (hormônio antidiurético) circundante e inibe a nova produção, responsável pela absorção de água nos túbulos renais e controle dos nível de água no corpo, é como se o responsável por abrir e fechar a torneira deixasse ela aberta,causando a desidratação, por isso as idas constantes ao banheiro.

















Não há remédios milagrosos para a ressaca(em caso extremo a pessoa deve ser levada ao hospital).Resta esperar que o corpo processe e se recupere do excesso de álcool e da badalação da noite anterior.No próximo post trarei dicas de como "amenizar" esta situação.E lembrem-se: se beber,não dirija!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os efeitos do álcool no organismo

Olá pessoal,

Vocês já pararam pra pensar no que acontece com nosso organismo quando estamos embriagados? Achei esse texto na internet que retrata de modo até cômico, o que é afetado no nosso organismo quando sob o efeito do álcool.

“Você vai ao bar e bebe uma cerveja. Bebe a segunda cerveja... A terceira, e assim por diante. O teu estômago manda uma mensagem pro teu cérebro dizendo:
- Caracas véio... O cara tá bebendo muito liquido, tô cheião!!!
Teu estômago e teu cérebro não distinguem que tipo de líquido está sendo ingerido, ele sabe apenas que “é líquido”. Quando o cérebro recebe essa mensagem ele diz:
- Caracas, o cara tá maluco!!!
E manda a seguinte mensagem para os rins:
- Meu, filtra o máximo de sangue que tu puder. O cara aí tá maluco e tá bebendo muito líquido. Vamos botar isso tudo pra fora.
E o rim começa a fazer até hora-extra, filtrando muito sangue e enchendo rápido. Daí vem a primeira corrida ao banheiro. Se você notar, esse primeiro xixi é com a cor normal, meio amarelado, porque além de água, vêm as impurezas do sangue. O rim aliviou a vida do estômago, mas você continua bebendo, e o estômago manda outra mensagem, agora para o cérebro:
- Cara, ele não para. Socorro !!!
E o cérebro manda outra mensagem pro rim:
- Véio, estica a baladeira, manda ver aí na filtragem !!!
O rim filtra feito um louco, só que agora, o que ele expulsa não é o álcool, ele manda pra bexiga apenas... água (o líquido mais precioso do corpo). Por isso que as mijadas seguintes são transparentes, porque é água. E quanto mais você continua bebendo, mas o organismo joga água pra fora, e o teor de álcool no organismo aumenta, deixando você mais “bunitim”. Chega uma hora que você tá com o teor alcoólico tão alto que teu cérebro te “desliga”. Essa é a hora que você desmaia... dorme... capota... resumindo: essa é a hora que o “teu” não tem dono!!! Ele faz isso porque pensa:
- Meu, o cara tá afim de se matar. Tá bebendo veneno pro corpo. Vou apagar esse doido pra ver se assim ele para de beber e a gente tenta expulsar esse álcool do corpo dele...
Enquanto você está lá, apagado (sem dono), o cérebro dá a seguinte ordem pro sangue:
- Bicho, apaguei o cara. Agora a gente tem que tirar esse veneno do corpo dele. O plano é o seguinte: como a gente está com o nível de água muito baixo, passa em todos os órgãos e tira a água deles, e assim a gente consegue jogar esse veneno fora.
O sangue é como se fosse o Office-Boy do corpo. E como um bom Office-Boy, ele obedece às ordens direitinho, e por isso começa a retirar água de todos os órgãos. Como o cérebro é constituído de 75% de água, ele mesmo é o que mais sofre com essa “ordem”, e daí vêem as terríveis dores de cabeça da ressaca. Então... Eu sei que na hora a gente nem pensa nisso, mas quando forem beber, bebam de meia em meia hora um copo d’água, porque à medida que você ‘mija’, já repõe a água perdida. Ou então...
BEBA MODERADAMENTE !!!!!!!”

Gostaram? Quando eu li eu achei interessante porque, apesar do ar cômico, o texto, de fato, retrata a realidade. Quer saber como?

“O rim filtra feito um louco, só que agora, o que ele expulsa não é o álcool, ele manda pra bexiga apenas... água (o líquido mais precioso do corpo)”

A bebida alcoólica é conhecida por seu efeito diurético, ou seja, por essa vontade infinita de fazer xixi. E isso ocorre porque ao ingerirmos a bebida, o álcool (etanol) presente no drink vai direto para o sangue.

E só para constar, apesar de muita gente achar que a absorção acontece no estômago, a maior parte (75%) ocorre no intestino delgado. A mucosa da boca é responsável por uma pequena fração de moléculas que entram no sangue e apenas 25% (aproximadamente) é absorvido no estômago.


O tempo para essa absorção vai variar de acordo com basicamente dois fatores: a velocidade que você bebeu (e claro, se foi uma cervejinha ou um absinto) e se você comeu antes ou não. O estômago cheio retarda o processo de absorção do alimento e, conseqüentemente, do álcool que você ingeriu junto. Sem contar que se você estiver em jejum por muito tempo, seu corpo automaticamente irá tentar repor as suas reservas de glicose a partir das suas proteínas musculares. Porém, com a presença do etanol, tal síntese é bloqueada afetando e desidratando seus neurônios. Agora você entende porque que sempre falam que tem que comer alguma coisinha antes ou durante a bebida? Portanto, o tempo que demora para que o álcool seja totalmente absorvido pelo corpo pode variar de 15 minutos à 1 hora.

Bom, mas voltando à parte que o etanol entra na corrente sanguínea. Quando no sangue, o etanol será transportado à determinados tecidos específicos, assim como o autor do texto citou, são eles: rins, fígado, cérebro e coração. E tal fato ocorre devido à grande concentração de água que as células desses tecidos têm.

“Chega uma hora que você tá com o teor alcoólico tão alto que teu cérebro te “desliga”. Essa é a hora que você desmaia...”


Infelizmente ou até mesmo ironicamente, de fato é isso que ocorre. Até porque, quem nunca viu um bêbado desmaiado caído aí pelas esquinas? Mas todo mundo sabe que quem chega nesse estado é porque ‘está no fim’, ou seja, já bebeu todas e mais um pouco. Nesse indivíduo “sem dono”, o teor alcoólico no cérebro está mais que elevado (variando entre 300 e 399mg/dL) e ele apresenta sintomas como sonolência, lapsos de memória e anestesia. Acima disso nem precisa dizer, né? É o famoso coma alcoólico que pode levar a uma insuficiência respiratória e até mesmo à morte. Nesse caso a pessoa precisa ser hospitalizada para tomar ´glicose no sangue´ (aplicação de insulina intravenosa) .

Mas concentrações menores de etanol no sangue, estimulam os neurônios no eixo hipotálamo-hipófise a liberando a famosa serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de prazer). Quando em maior quantidade, altas concentrações de etanol (porém não tão grandes quanto às que eu falei anteriormente) implicam na inibição de um inibidor, o glutamato, diminuindo a atividade do cérebro, pois ele controla a liberação de GABA que, nesse caso, estará em altas concentrações deixando a pessoa sem autocontrole e sem coordenação (quando a pessoa não consegue andar em linha reta, nem fazer o quatro com as pernas).


Bom pessoal, espero ter esclarecido os efeitos do álcool no organismo humano pra vocês. Espero, também, que tenham se divertido com o texto.

Até a próxima!


Referências Bibliográficas:
- Texto retirado de "O bar do Zé"
- Google imagens

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Curiosidades! - Mitos Alcoólicos

Você já deve ter ouvido falar de várias 'histórias pra boi dormir' em relação ao álcool e seus efeitos, certo? Pois bem, esclarecerei aqui alguns deles:

  • "Vamos beber pra esquentar!": MITO!
    O álcool não possui nenhuma fórmula térmica! O que acontece é que ele causa a dilatação de pequenos vasos sanguíneos da pele, o que aumenta a circulação de sangue pela própria pele, trazendo sensação de calor. Infelizmente, em condições extremas pode levar à hipotermia, já que fará com o que o corpo perca calor com mais facilidade.

  • "Álcool mata a sede!": Ok... MITO!
    O álcool possui ação diurética (como explicado no meu último post!), o que fará com que você elimine água. Ou seja, quanto mais álcool você ingerir, mais sede irá sentir...

  • "O álcool dá força para o trabalho físico!": MITO!
    O etanol provoca efeitos analgésicos no organismo, o que irá mascarar a sensação de fadiga. Como é rico em calorias, a ingestão de bebida alcoólica fará com que você engorde (dependendo da quantidade e da frequência de ingestão), mas não te dará mais força!

  • "Cerveja é menos nociva que outras bebidas alcoólicas." MITO!
    5 latinhas de cerveja, 2 doses de tequila, uma "porradinha" de cachaça... Todos vão causar os mesmos danos! Lógico que a intensidade da embriaguez vai depender da quantidade de cada um, uma vez que cada bebida possui teores alcoólicos diferentes.

  • "Só não pode misturar..." VERDADE!
    Cada bebida possui uma composição diferente; logo, o organismo irá reagir de diferentes maneiras a cada tipo de bebida!

  • "Um banho bem gelado e um cafezinho e você estará renovado!" MITO!
    Dê um banho bem gelado e um cafezinho para um bêbado e você terá um bêbado acordado!
    O organismo eliminará o álcool com o tempo. Em 1 hora um homem elimina a quantidade presente em 1 cerveja, por exemplo.

  • "Cada um reage de forma diferente aos efeitos do álcool" Opa! VERDADE!
    Alguns fatores como, por exemplo, peso, idade e sexo irão influenciar a forma com a qual cada organismo irá reagir ao álcool.

  • "É possível enganar o bafômetro chupando HALLS, usando anticéptico bucal, chupando gelo ou tomando Coca-Cola" MITO!
    Mesmo não sendo um instrumento preciso, o bafômetro calcula a quantidade de álcool ingerido que se encontra dentro dos pulmões (uma vez que o álcool já foi absorvido pelo organismo e agora circula pelas suas veias!). Então nada que você coma ou beba irá alterar a medição do bafômetro, e cuidado com o anticéptico bucal, pois muitos deles possuem álcool em sua composição!

domingo, 9 de outubro de 2011

Medicações e interação com o álcool


A combinação de remédios e álcool é altamente perigosa e pode até levar a morte, mas várias pessoas parecem ignorar o verdadeiro perigo dessa mistura. Mas afinal, de que maneira essa interação acontece?

O álcool pode interagir de três maneiras com os medicamentos:

1. Potencializando o efeito do medicamento, e isso ocorre quando as enzimas que degradam o álcool são as mesmas que degradam o remédio. Nesse caso, o remédio demora mais para ser metabolizado e permanece durante mais tempo que o ideal no organismo. Um exemplo dessa interação é quando o álcool potencializa o efeito sedativo de medicamentos que atuam no sistema nervoso central, provocando casos de intoxicação.

2. Diminuindo ou anulando o efeito do medicamento, tal situação ocorre com pessoas que bebem frequentemente e por isso possuem muitas enzimas que degradam o álcool. Quando o medicamento chega ao organismo, ele é metabolizado mais rapidamente do que deveria por causa desse excesso de enzimas, isso faz com que seu efeito dure menos tempo que o necessário.

3. Há casos também em que o remédio retarda a metabolização do álcool, inibindo as enzimas necessárias para sua metabolização. Nesses casos, o álcool permanece muito tempo no organismo, podendo causar lesões no fígado.

Lista de remédios e consequencias da sua interação com o álcool:

- Analgésicos, antitérmicos ou antiinflamatórios: pode causar problemas no estômago
- Antidepressivos: pode aumentar a pressão arterial e diminuir o efeito
- Antibióticos: pode provocar vômitos, dor de cabeça e até convulsão
- Antidiabéticos: pode desencadear hipoglicemia (queda de açúcar no sangue) severa
- Medicamentos cardiovasculares: pode causar vertigens e desfalecimento
(Retirado de: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/alcool-e-combinacao-de-remedios-pode-alterar-efeito-de-medicamentos.html)

Enfim, o álcool não combina com nenhum tipo de medicamento, essa mistura pode trazer danos irreparáveis ao organismo, portanto, deve se evitar ao máximo essa combinação perigosa.

Bibliografia

http://www.mdsaude.com/2008/12/lccol-x-remdios.html
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/v4n12_interacoes_medicamentosas.pdf
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/alcool-e-combinacao-de-remedios-pode-alterar-efeito-de-medicamentos.html
http://www.mastermed.com.br/miolo.php?tit=informativo&ext=inf6

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Álcool X Glicose

A glicose é considerada a mais importante fonte de energia para o nosso corpo, além de atuar como intermediário nas reações metabólicas e ser produto da fotossíntese.
O cérebro, como exemplo, utiliza em grande parte a glicose como fonte de energia.
Todo carboidrato ingerido é transformado em glicose em nosso corpo, onde a energia das moléculas de carbono passam para o ATP. Se um indivíduo apresentar níveis de glicose acima do normal,diz- se que está hiperglicêmico, porém se os índices estiverem abaixo do normal, encontra-se hipoglicêmico.
O álcool pode ser um dos causadores da hipoglicemia por ser bastante energético,levando a perda de apetite. O nosso corpo não armazena essa energia e tampouco a utiliza para realizar suas funções metabólicas.
Explicando o processo de maneira mais aprofundada temos que o álcool etílico(que é o principal componente das bebidas alcoólicas)é metabolizado no fígado por duas reações de oxidação.Em cada reação,elétrons são doados ao NAD+ aumentando a concentração de NADH no citosol. O aumento de NADH gera uma redução do piruvato em lactato, e do oxaloacetato em malato, sendo estes compostos intermediários da gliconeogênese. Com isso o aumento de NADH mediado pelo etanol gera um desvio nos intermediários da gliconeogênese, que prosseguem para outros caminhos, reduzindo a síntese de glicose.
Com isso tem se a hipoglicemia,principalmente em indivíduos com pouco glicogênio hepático,sendo este a primeira reserva de glicose que o organismo recorre na defesa contra a hipoglicemia.Por isso indivíduos em jejum produzem muitos dos efeitos da hipoglicemia,como:agitação,julgamento diminuído,perda da coordenação motora e agressividade.
















Quando um indivíduo ingere uma alta quantidade de bebidas alcóolicas, administra-se glicose para que esta seja fonte de energia para o organismo cumprir suas funções vitais, visto que ele está impossibilitado de obter energia através da ingestão e da gliconeogênese.
Por isso evite o descontrole na ingestão de bebidas alcoólicas principalmente em jejum e não sofra da famosa "ressaca moral" no dia seguinte.





Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Glic%C3%B3lise
http://cursinhosinapse.blogspot.com/2010/09/importancia-da-glicose.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gliconeog%C3%AAnese

A história do álcool

Bom, hoje vou falar um pouco sobre a história do álcool.

Não se sabe com exatidão em que período o álcool foi descoberto e passou a ser ingerido como bebida alcoólica pelos seres humanos. Algumas pessoas dizem que seu consumo começou no período Neolítico, por volta do ano 10.000 aC, enquanto outras dizem que começou por volta do ano 6000 aC. O que se sabe é que a primeira bebida alcoólica a ser produzida e/ou ingerida por um humano foi o  vinho ou a cerveja e que isso se deu pelo processo de fermentação, que fez com que essas primeiras bebidas tivessem um baixo teor alcoólico. "Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas". (http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab99/alcool/hist.htm)

Foto de uma escultura do deus Dionísio
Durante a Idade Média a população de diversos lugares do mundo fazia a ingestão de álcool com propósitos diferentes. Por exemplo, na Grécia Antiga havia várias histórias mitológicas onde bebidas alcoólicas eram tomadas, tanto que um dos deuses venerados pela população da época era o Dionísio, deus do vinho, e então o vinho passou a fazer parte das comemorações sociais e religiosas daquela população. Já os egípcios acreditavam que as bebidas alcoólicas poderiam ser usadas como medicamentos.




"Com a Revolução Industrial, a bebida passou a ser produzida em série, o que aumentou consideravelmente o número de consumidores e, por conseqüencia, os problemas sociais causados pelo abuso do álcool." (http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI146769-EI1512,00-Historia+do+alcool.htm)




No fim das contas o que ocorreu em comum em todas as culturas do mundo é que, com o tempo, o consumo abusivo de álcool passou a ser considerado uma conduta imoral e às vezes até mesmo motivo de prisão.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O vinho realmente faz bem à saúde?




Hoje em dia o consumo moderado de vinho, especialmente o tinto, está sendo associado com benefícios à saúde, mas será mesmo que uma bebida alcoólica pode trazer alguma vantagem ao organismo?


Pesquisas mostram que o consumo de pequenas doses de vinho diariamente pode reduzir o risco de doenças cardíacas, isso se deve a grande concentração de flavonóides nessas bebidas, substâncias antioxidantes que possuem a capacidade de aumentar o HDL colesterol (colesterol bom). O aumento do HDL está associado a diminuição da pressão arterial e da incidência da aterosclerose (entupimento das artérias coronárias).


Apesar de todos esses benefícios, o vinho ainda é uma bebida alcóolica com teor de álcool moderado (aproximadamente 12%), e por isso ele traz todos os efeitos prejudiciais de bebidas alcóolicas. O álcool, presente em qualquer bebida alcóolica, é considerado uma droga e sua metabolização gera compostos altamente tóxicos, como o acetaldeído, que em excesso não é degradado em compostos menos tóxicos, causando diversos mal estares e prejuízo para o equilíbrio do organismo.


Hoje é consenso entre a maioria dos profissionais de saúde e pesquisadores que o consumo de vinho, mesmo em quantidades pequenas, não é aconselhável para previnir doenças cardíacas. É possível obter todos os mesmos benefícios do vinho através do consumo da uva. Portanto, é melhor trocar uma taça de vinho por um bom cacho de uvas!




Bibliografia:










Álcool e Gravidez... Não! - Parte II

Dando continuidade ao meu outro post, agora irei aprofundar quanto ao que, de fato, ocorre no organismo da mãe e do bebê.

O retardo mental, característico da SAF é devido aos danos cerebrais causados pelo efeito do álcool. Moléculas tóxicas são formadas e induzem a morte celular assim como uma menor energia para as atividades da célula. Atividades essenciais, como inibição da síntese de insulina e redução do seu posterior transporte, geram problemas no neurodesenvolvimento do bebê.
“O prejuízo do desenvolvimento cerebral intrauterino provocado pelo etanol também pode ser evidenciado pelo volume diminuído do cérebro/estruturas cerebrais e alterações na sua constituição. O gyrus dendatus, parte do hipocampo - região cerebral crucial para memória, aprendizado e atenção -, tem o seu desenvolvimento diminuído pelo álcool.”



O álcool (etanol) gera diversas reações de desequilíbrio no organismo, pois há um grande estresse oxidativo causado por seus efeitos tóxicos. Quando o acetaldeído é oxidado à acetato (assunto que abordarei no meu próximo post), tem-se um aumento na formação de radicais livres (superóxido e hidroxila) que atacam moléculas (como ácidos nucléicos, proteínas, carboidratos e lipídeos) causando danos que implicarão em uma morte celular. Além da ação dos radicais livres, tem-se, também, uma diminuição das defesas endógenas antioxidantes, que atuam nos radicais (superóxido e hidroperóxido).

“Os déficits cognitivos associados à DEAF parecem ser consequência de alterações moleculares que prejudicam a plasticidade neuronal, que é a capacidade do cérebro de se moldar e estabelecer conexões essenciais para os processos de aprendizado e de memória. A exposição ao álcool regula negativamente os receptores NMDA e toda a cascata posterior (onde participam mensageiros como o cálcio e o AMP cíclico), que culmina na ativação da transcrição de genes relacionados à plasticidade neuronal.”

O álcool afeta as moléculas sinalizadoras dos fatores de crescimento, a sinalização celular e causa dano hepático na mãe e no bebê.
Os fatores de crescimento, com o efeito do álcool, mudam a replicação do DNA. “Tem sido demonstrado que o etanol aumenta o tempo em G1, atrasando o ciclo celular, e decresce o número de células proliferativas. S duração da fase S foi significativamente prolongada e que as CDK2 tiveram atividade e expressão diminuídas.”
Em se tratando de sinalização celular, tem-se uma diminuição da proliferação e um favorecimento da morte celular
“No sistema nervoso central, a insulina e os receptores IGF-1, que são mediadores críticos do crescimento neuronal, viabilidade celular, função metabólica e formação de sinapses, estão expressos abundantemente e são alvos da toxicidade do etanol, que leva à perda neuronal. O etanol diminui a produção de IGF e toda a sinalização de sobrevivência mediada pela insulina, levando à hipoplasia cerebelar.”
“A concentração sanguínea de álcool depende da quantidade de álcool ingerida e absorvida pelo trato gastrointestinal, do volume de distribuição no organismo e da razão de eliminação. A maioria dos tecidos do organismo contém enzimas capazes de metabolizar o etanol, mas a atividade significativa dessas enzimas ocorre no fígado e, em menor extensão, no estômago. No fígado, o etanol gera um excesso de equivalentes de redução, especialmente o NADH, provocando um distúrbio no metabolismo e danos hepáticos.”
Os danos hepáticos ocorrem, pois há uma diminuição na disposição de selênio, que é fundamental para o processo do antioxidante glutationa (importante detoxificante hepático), que provoca um desequilíbrio no metabolismo redox hepático e aumenta o estresse oxidativo.
“A má nutrição diminui o metabolismo do etanol por meio da diminuição da expressão da enzima aldeído desidrogenase hepática, aumentando a concentração sanguínea do álcool. O etanol e a má nutrição simultânea diminuem em 50% os níveis do IGF-1 (que também é importante para o desenvolvimento fetal e placentário).”
Bom, é isso... Obrigada.

Referências Bibliográficas:
- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000300006&lang=pt
- Google Imagens

Álcool e Gravidez... Não! - Parte I

Olá pessoal,
Assim, como a Paty, irei falar de coisas que não combinam com bebida alcoólica. Esse meu segundo post será sobre um tema muito importante, principalmente se tratando das mulheres. Meninas, vocês realmente sabem o porquê dos médicos falarem para não beber durante a gravidez? Às vezes a gente acha que uma cervejinha aqui, um vinhozinho ali não tem problema. Até porque, é super indicado tomar uma taça de vinho tinto por dia e a gente acaba pensando que o que realmente faz mal para o bebê é tomar bebidas fortes.
A questão é: o álcool é um tipo de droga (apesar de lícita) e seu consumo moderado ou alto pode causar graves danos ao bebê, principalmente durante o início da gravidez; seu efeito é dose-dependente. Considera-se um consumo moderado a quantidade de 28,5mL a 59mL por dia. E ai, você está disposta a correr o risco de colocar a vida/saúde do seu filho em perigo? Porque mesmo depois do início da gravidez, ou seja, durante praticamente todos os outros meses, há o desenvolvimento cerebral do bebê. Ou seja, é fortemente indicado abster-se totalmente do álcool durante todo o período de gestação, e eu vou te mostrar o porquê!

O alcoolismo é um problema que afeta 1% a 2% das mulheres em idade fértil, talvez pelo fato de elas não terem consciência do mal que estavam causando ao bebê. Afinal, o abuso do álcool pela mãe, é a causa mais comum de retardamento mental.
Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF) é o nome dado ao padrão de anomalias físicas e mentais. Dentre elas, a deficiência no crescimento pré e pós-natal, o retardamento mental, dificuldades comportamentais e de aprendizado, microcefalia, nascimento prematuro e até a morte. A SAF afeta 2 em cada 1.000 nascidos vivos, aproximadamente 12 mil bebês por ano no mundo (OMS).
"Entretanto, nem sempre o neonato exposto nasce com SAF e, apesar de alguns déficits neurocomportamentais serem frequentemente relatados nessa síndrome (por exemplo, hiperatividade e déficit de atenção, déficit na coordenação motora, dificuldade em sociabilizar-se, déficits na cognição, habilidade matemática, fluência verbal e memória espacial), não existe um consenso para o fenótipo específico da SAF."
Distúrbio do Espectro do Álcool Fetal (DEAF) é o nome mais indicado para designar os efeitos do álcool no período pré-natal, pois quando no útero da mãe, o bebê não apresenta características disfórmicas externas, mas sim, deficiências no neurodesenvolvimento.
Abaixo uma ilustração de uma menina com SAF:
E abaixo, a foto de um bebê com a SAF:
“Lábio superior delgado fino, filtro alongado e pouco desenvolvido – fenda vertical na parte medial do lábio superior, fissuras palpebrais curtas, ponte do nariz achatada, nariz pequeno.” (Embriologia Clínica 8ª Edição, pág.487, figura 20.17. Cortesia do Dr. A.E. Chudley, MD, Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, Children´s Hospital, Winnipeg, Manitoba, Canada.)
E se você descobriu que estava grávida e que ingeriu bebida alcoólica nesse período? Vá falar com seu médico! Pois existem remédios como o buspirona que evitam o desenvolvimento e/ou o agravo da Síndrome do Alcoolismo Fetal, pois age como um antagonista serotoninérgico, agindo na diferenciação dos neurônios. Além disso, é importante que a criança seja estimulada quanto à sua capacidade motora e à sua memória.
"A detecção precoce da exposição pré-natal ao álcool, combinada com o monitoramento contínuo do progresso físico e mental do neonato, pode facilitar a intervenção, potencializando o desenvolvimento da criança, e prevenir doenças. Esta revisão mostra que existem meios de detectar se houve exposição intrauterina ao etanol, indicando que o neonato pertence ao grupo de risco no desenvolvimento de DEAF. A detecção precoce, por meio dos biomarcadores, fornece informações a respeito da intensidade da exposição e contribui para que sejam tomadas medidas para assistir a criança e a família na educação e desenvolvimento social."

Meu próximo post, Álcool e Gravidez.. Não! - Parte II, irá abordar o aspecto bioquímico do que ocorre quando há a ingestão de bebida alcoólica durante a gravidez.
Se cuidem meninas!

Referências Bibliográficas:
- Keith L. Moore, T.V.N. Persaud, Embriologia Clínica, 8a Edição Traduzida, Ed. Elsevier
-
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000300006&lang=pt
- Google Imagens